Se a última quinta-feira (2) foi de complicações no abastecimento hídrico em diversos pontos de Pelotas, em virtude de manutenção na ETA Santa Bárbara, ainda pior é a situação da Vila Governaço, próxima ao Passo do Salso. Há pelo menos quinze dias a localidade sofre com o desabastecimento diário de água. A escassez cessa somente das 3 às 6 horas, quando o consumo baixa.

Na casa da moradora Simone Gimenez, 42, que mora na Governaço há 19 anos, a água sempre foi rala e a pressão pouca. Nas últimas duas semanas, porém, o líquido só tem aparecido durante a madrugada, quando ela e a família acordam via despertador e montam um mutirão para encher baldes e tanques para serem utilizados na higiene pessoal durante o dia. Na última noite, nem mesmo durante a madrugada houve normalidade no abastecimento. “Meu marido trabalha em serraria, chega em casa sujo e cansado e não tem como tomar banho”, reclama a dona de casa, acrescentando que a filha de onze anos retorna às aulas na escola hoje e também não terá como fazer higiene de forma melhor, mas simplesmente normal. “Faz tempo que não sabemos o que é água em abundância”, comenta.

Simone diz que o cansaço a está vencendo na busca por respostas e soluções por parte do Serviço Autônomo de Abastecimento de Água (Sanep). “Ficam sempre nos empurrando de uma pessoa para outra. Quando conseguimos ligação dizem que estão arrumando, mas até agora não houve mudança.” A última tentativa foi na terça-feira (28).

Contraponto
Conforme o Sanep não há informações de que haja um desabastecimento em toda a região, apenas pequenos desabastecimentos e casos pontuais. Segundo a autarquia existem quatro vazamentos na estação que abastece a localidade e o restauro foi atrasado por conta da manutenção em um filtro da ETA Santa Bárbara, ocorrida na quinta-feira, o que demandou esforços em diversos pontos da cidade. A situação deve ser normalizada ainda hoje. 

UBS funcionando
O Posto de Saúde do Laranjal, localizado na rua São Borja, não realizou procedimentos na última quinta-feira em virtude da falta de água. Segundo a instituição, os atendimentos precisaram ser suspensos por não ser possível a higienização de funcionários e equipamentos. Sexta-feira, entretanto, tudo retornou à normalidade. O problema já havia acontecido há três semanas.